PERFIL: MARIA BEATRIZ

Foi perto das três horas da tarde de uma quarta feira que encontrei a história de hoje. Maria Beatriz saía de dentro de um mercadinho quando a cumprimentei, puxei uma rápida conversa e logo perguntei se ela gostaria de me contar um pouquinho sobre sua vida.

Sem receios, concordou e começou a falar. A senhora de cabelos bem pretos se mudou para Santa Maria ainda criança, nasceu em Porto Alegre, mas o pai, um homem sério devido a carreira militar, foi transferido para cá.

A família se instalou em um bairro da cidade que o nome ela não conseguiu lembrar. Depois de um tempo, se mudaram novamente e, dessa vez, Maria lembra bem, já que vive lá até hoje. A Urlândia foi o  bairro escolhido. Lá, ela passou toda a adolescência e fez muitos amigos.

Hoje, algumas coisas mudaram: a senhora não tem pais os mais junto dela, faleceram há alguns anos. Mas a casa onde viveram desde que chegaram lá, não ficou vazia. Os filhos da Maria Beatriz vivem lá também. Dois adolescentes, um de 15 e o outro de 17.

Ao tocar em alguns fios brancos, Maria disse, bem humorada, que a causa daquela coloração são os filhos. Também disse que é muito feliz por ser mãe e que cresce cada dia mais devido a convivência com os dois jovens.

Sobre o trabalho, contou-me que é artesã. Mas que isso não garante o sustento da família, por isso, também trabalha em uma empresa de serviço gerais, é trabalhadora terceirizada. Logo, Maria Beatriz vive um rotina exaustiva devido a jornada dupla de trabalho.

Depois de alguns minutos de conversa, ela precisou de despedir apressada. No dia de folga precisava fazer inúmeras coisas e tinha feito poucas até aquele momento. Me deu um abraço, me desejou boa sorte na escrita desse quadro e desceu rua abaixo em passos apressados.

 

Escrito por Leandra Cruber